Um blogue que ao longo do tempo foi-se transformando. Tornando-se num diário...
Um diário de sentimentos verdadeiros, um grande misto de sensações, vontade de vencer, de lutar.
E hoje novamente sento-me na cadeira,
frente ao computador. Para escrever a última página deste meu diário de 2016.
Vou fazer um balanço de 2016. Foi um ano muito bom para mim, é verdade, não
posso negar. Foi muito melhor que 2015, que foi um ano bastante mau, tirando o
último trimestre, mais ou menos.
2016, basicamente foi um ano muito mas
mesmo muito complicado para mim. Complicado, talvez não seja um sinónimo de
mau. Pois foram 366 dias de muito trabalho, muita revolta, muita luta, muita
dor, entre muitas outras coisas…
Posso dizer que atingi o meu limite,
cheguei a uma tristeza profunda, uma depressão enorme, começando logo em
Janeiro, depois lá para Março acalmou, voltando de imediato no final de Abril e
a partir daí foi o caos. Meses e meses a fio a chorar, revoltado, a sentir que
não era capaz de realizar os meus objectivos, só me sentia a perder. A cada dia
que passava, sentia tudo a afundar e eu afundava-me também.
Em Agosto tive dias seguidos sem me
querer levantar da cama, só queria ter as luzes todas apagadas, não queria
fazer nada, não tinha forças, quis desistir de tudo. E novamente em Setembro
tudo mudou, eu digo várias vezes que Setembro é o mês das mudanças.
E neste momento estou a terminar o ano
bem, pois foi um ano de muito crescimento, evolução, descobertas, auto descobertas
principalmente. E assim cresci, tornei-me mais forte e quero continuar a subir
os meus degraus.
Estou grato a todos que me têm
acompanhado ao longo do meu percurso todo e continuem a fazê-lo, pois eu quero
vocês todos bem presentes.
Vou fechar este capítulo, pois também me
vou divertir e muito, pois eu mereço muito.
Quero desejar um FELIZ
ANO NOVOpara todos. Viva 2017 e que todos os nossos sonhos se
tornem realidade!
Beijos e abraços.
P.S. Eu adoro esta foto :-D
Escolhi esta música porque é uma das músicas que mais marcou o meu 2016.
Por vezes esqueço-me de quem sou,
perco-me nos meus pensamentos negativos e derrotistas, revolto-me comigo
próprio por estar a falhar, por ignorar-me, rejeitar-me e começo a ir abaixo,
pois eu não sou de ferro, sou de carne e osso.
Mas a verdade é que já consigo sair mais
facilmente desses estados deprimidos, pois bem dentro de mim existe um “ser”
forte, capaz, lutador, guerreiro, vencedor, enorme… E é esse ser que me tem
erguido, pois a cada dia que passa ele fica mais forte, já o procuro mais
vezes.
Pois esse “ser” que habita em mim, sou “apenas”
eu completo, o meu verdadeiro eu, o que ficou escondido, ignorado, rejeitado,
esquecido e tudo isso feito por mim. Eu próprio tratei-me mal por causa da
forma como os outros tratavam-me.
Mas finalmente o meu ser interior começa
a ficar mais forte que as máscaras que eu uso no meu dia-a-dia e agora começo a
partir essas máscaras, começo a estar bem comigo próprio, a aceitar-me,
respeitar-me, a seguir o que eu quero, aumentei o amor que sentia por mim.
Hoje já consigo ver-me melhor do que me
via antes, antes estava fechado na minha carapaça, não saía, sentia-me um “nada”,
um fraco, sentia um vazio enorme dentro de mim, não me sentia amparado por
ninguém ou quase ninguém.
Não me via como a primeira escolha de
alguém, pois eu próprio não me escolhia para primeira opção. Pois para mim eu
não prestava e vinha sempre a vontade de ser outra pessoa. Aquele que sempre
era respeitado, forte, que era sempre a primeira escolha, o bonito, o atraente,
entre outras coisas… Mas nunca consegui equiparar-me a alguém, pois faltava
sempre qualquer coisa e mesmo a imitar, a tentar ser igual eu não era visto.
Fazia de tudo para agradar os outros mas no fim eu ficava sempre sozinho.
Dei-me ao máximo, sofri, fiquei sozinho e nunca consegui ser eu, ser aceite,
fui posto de parte e assim fui crescendo, de parte, longe de todos, das
brincadeiras, jogos, das amizades…
Cresci com a solidão, tristeza,
rejeição, humilhação, com o desejo de vingança (que nunca fiz). Cresci com
tanta negatividade à minha volta, com vontade de desaparecer para sempre, senti
a falta de amparo, de amigos, companheirismo, eu senti que era um Zé Ninguém,
aquele que procuravam porque precisavam de ajuda com alguma coisa ou para
descarregarem as energias deles(as). E nessa altura escolhi isolar-me,
fechar-me dentro de mim…
E hoje? Pergunto-me e hoje? Hoje
sinto-me quase o oposto, porque eu mudei a minha forma de me ver, aprendi a
começar a aceitar-me e respeitar-me. Estou a deixar o meu verdadeiro “eu” assumir
o controlo.
Como a árvore se despiu, eu também me
despi. Ficou vulnerável e exposta, tal como eu fiquei. Perdeu a timidez e
mostrou as imperfeições do seu corpo, imperfeições essas que eu também as
tenho.
Sinto-me ligado a essa árvore, somos um
só, talvez o mesmo espírito forte e ao mesmo tempo frágil, um exterior robusto
mas com um interior sensível. E como a árvore eu também tenho um papel
importante que é esquecido, não somos só paisagem aos vossos olhos, somos muito
mais.
Com as nossas raízes no solo encontramos
alimento e força; com o nosso tronco damos protecção e amparo, escondemos ou
confidenciamos mensagens secretas; com os nossos ramos damos apoio e equilíbrio;
as nossas folhas dão o ar essencial para viver, uma respiração livre e pura; as
flores são o nosso brilho, a nossa forma de chamar a atenção e por fim o nosso
fruto é o que podem colher de nós para alimentar a vossa alma e/ou o vosso
corpo.
Não somos apenas mais uma árvore e mais
uma pessoa. Somos um ser essencial à vida. Somos liberdade, esperança, vida,
amor… Somos um único ser, ligados pelo mesmo material e com a mesma missão.
Hoje voltei a sentir que estava a ir
abaixo. Senti-me triste, incompleto. E tudo talvez porque hoje estive
desocupado, fiquei sozinho comigo e já há bastante tempo que eu não ficava a
sós comigo.
Penso que não soube reagir ao estar
sozinho comigo próprio, pois novamente procurei os Outros e não
obtive resposta, como já é habitual. Eu estou a faltar comigo próprio mas não
sei onde.
Nos outros dias sinto-me bem e hoje
percebi o porquê, porque ando sempre ocupado, a correr de um lado para o outro.
Talvez a fugir de mim, dos meus sentimentos e penso que aqui criei a minha
resistência. Estar ocupado para não me ver, para não me doer, assim escondo-me
de mim.
Mas porque é que eu estou a fugir de
mim? O que é que eu não consigo ver? Porque é que eu não consigo encontrar em
mim o que me falta? Pois procuro sempre nos Outros mas o que Eles
têm, não é meu.
Onde está o que é meu? Por onde é que eu
fiquei?
E agora o mais difícil, as respostas.
Pois não estão nos Outros mas sim no meu ser interior mas se eu “fujo” dele
(de uma forma inconsciente), como é que eu encontro as respostas nele? Como é
que eu o compreendo?
Ajuda-me a chegar a ti, não sejas tão
duro comigo, dá-me as respostas e liberta-me.
E hoje faz um ano que foi a sessão de
apresentação do meu livro, um dia bastante importante para mim.
Recordo-me perfeitamente da correria que
tive nesse dia, o meu estado nervoso, o não saber o que iria acontecer, se ia
bloquear ou não, se ia estar muitas pessoas ou não, o meu estado de ansiedade
era enorme e como primeiro livro é normal.
Foi um novo começo, uma “reviravolta” na
minha vida, pois foi um despertar para algo que eu não sabia que era capaz,
pois comecei a escrever em Setembro de 2012, criando o meu blogue
solidaobyme.blgospot.pt, pois o qual eu agora estou a modificar, pois já não me
sinto tão sozinho como me sentia antes, já não tenho aquela carga toda de
sentimentos negativos à minha volta.
A apresentação foi um sucesso, tudo
muito bem organizado, um excelente trabalho da editora, Editorial Minerva, têm
um staff brutal. A apresentação do grupo de sevilhanas Alma Libre encantou toda
a gente, a mim sempre que as vejo sinto as lágrimas de felicidade a
preencherem-me os olhos, pois sinto aquela nostalgia, relembro o dia da
apresentação.
Tive o apoio de inúmeras pessoas e
algumas mesmo sem estarem presentes estavam comigo. Enviaram-me mensagens a
desejar-me sucesso, pois não iriam conseguir estar presentes. Agradeço a vocês
todos do fundo do coração. Agradeço imenso à Tânia, ao prof. Delmar e ao
Nelson, por me terem acompanhado na mesa e estarem a apoiar-me, pois sei que o
meu nervosismo estava a “contagiar-vos”.
6 de Dezembro de 2015, um dia que nunca
irei esquecer, pois para mim basicamente foi um “despertar” e hoje sei que sou
capaz de fazer mais e melhor e vou lutar por isso.
E em 2017 quero conseguir fazer uma
apresentação de um segundo livro meu. Ainda não comecei a escrever um próximo
mas vou começar, pois acho que o “pior” deste ano já passou, sinto-me
recomposto para ir em frente e quero contar convosco para estarem presentes e
apoiarem-me.
E quero continuar a trabalhar com a
Editorial Minerva e a pertencer a esta grande família, estou muito grato a
todos.