Olhei os céus, as lágrimas preenchiam-me
o rosto, pois as saudades de ti já não cabiam no meu coração. Deus ao ver-me
assim chorou, a chuva caiu em cima de mim para me amparar e para eu sentir o
abraço e o colo Dele.
Senti cada gota a bater em mim como um
carinho dos anjos, ao senti-los em mim, senti-me. Limpei as lágrimas, a chuva
continuava e eu estava estático a observar os céus, completamente encharcado
mas não queria sair dali, aquele lugar era como uma ponte para chegar a ti, as
minhas saudades eram apaziguadas, então permaneci.
No silêncio da chuva conversei com Deus,
pedi-Lhe orientação, contei-Lhe tudo o que eu sinto por ti, todos os meus
desejos e novamente as minhas lágrimas preencheram-me o rosto porque lembrar-me
de ti, do teu sorriso, deixa-me nostálgico, há uma alegria tão grande em mim
por te ver sorrir, talvez não entendas isso ou talvez não vejas mas o meu
coração palpita tanto como se fosse saltar para o teu colo e aconchegar-se no
teu peito.
Desejei que estivesses ali ao meu lado
para me abraçares, encontrar paz no teu corpo, ter a tua mão na minha,
levitarmos no colo dos anjos que nos amparam mas tu não estavas e isso deixava-me
com tantas saudades tuas.
Baixei a cabeça, coloquei os meus olhos
no chão e saí, fugi daquele local, escondi-me dentro de mim, sem saber o que
fazer e dizer. Caí de joelhos no chão, as minhas mãos tocaram naquele piso
encharcado e duro. Lá permaneci imóvel, como se fosse uma estátua mas com um
coração cheio de emoções e um corpo que não sabe reagir a elas.
“Desapego, esquecer, desistir, medo,
insegurança, entre outras palavras que assaltavam a minha mente…” Chorei.
“Alegria, coragem, confiança, fluir,
acreditar, entre outras palavras ripostava o meu coração…” Sorri.
Sem entender muito bem o que acontecia à
minha volta e estar completamente perdido, pois não vi para onde eu corri,
apenas fugi para o mais longe que me era possível e que a minha respiração
deixava, pois a minha resistência era mínima e o meu respirar ofegante. Aquele
turbilhão de emoções, o racional a opor-se ao coração deixavam-me bastante
confuso, perdido, desorientado.

Naquele momento queria ter agarrado a
tua mão, abraçar-te, sentir o calor do teu corpo colado ao meu, sentir a tua
respiração no meu pescoço, beijar os teus lábios e assim ficar para sempre… Tu
e eu de mãos dadas a ver aquele coração magnífico, a perfeição de Deus, que
quer unir-nos e que o “destino” (se é que o posso chamar assim) parece que nos
quer afastar, talvez seja a serpente que corrompeu Adão e Eva e que agora quer
nos “corromper”.
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