
“Se o tempo não volta para trás, como é
que eu posso voltar para trás?” Pensei interrompendo o meu pensamento. Olhei
para os lados e tentei perceber onde é que eu estava, parece que tinha andado
muito quando ia sonâmbulo. Lá consegui identificar o local. “Chega de andar às
voltas sem rumo e com os pensamentos a comandar a minha direcção. Vou para
casa.” Disse para mim mesmo. E assim segui para casa. Ia mais consciente do
caminho, não queria perder-me novamente nos meus sonhos e na fantasia de ter um
futuro como sempre sonhei, pois isso era impossível porque perdi as bases todas
para o conseguir construir.
Finalmente cheguei a casa, estava
completamente vazia. Vazia de esperança. Era apenas o meu reflexo ao espelho,
tal como a casa eu também estava vazio de esperança, preso a uma rotina que não
conseguia quebrar e logo eu que detestava rotinas mas o medo de falhar e de
perder era maior que a tentativa de arriscar, de quebrar aquele ciclo que me
tornava infeliz, imóvel… Basicamente, eu era um corpo sem alma, caminhando num
mundo negativo.

“Ontem não construi as bases mas hoje
posso o fazer, não posso pensar mais no passado como um acto derrotista mas sim
como um acto de aprendizagem. Ainda tenho muito para viver e eu desejo ser
feliz e só perco a vida que eu quero se eu desistir e aí sim continuo naquele
ciclo vicioso onde entrei.”
Primeiro comecei a quebrar a rotina,
procurar-me mais vezes, respeitar-me, fazer aquilo que eu queria e aos poucos
fui mudando, comecei a crias bases, objectivos, a ir atrás daquilo que eu
sonhava, pois a força toda estava dentro de mim, apenas tinha que saber onde a
procurar.
“Talvez uma estrela me guiou à minha
força interior e fez-me mudar. E hoje digo. «Sou um aprendiz do passado e um
sábio no futuro.»
Hoje sinto que estou a ir no caminho
certo, já não me sinto infeliz, nem me sinto preso àquele ciclo vicioso. Apenas
sinto-me como um ser livre a conquistar a sua felicidade e sonhos.”
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