Hoje
novamente voltei-me a sentar na cadeira, frente ao computador. A minha cabeça
está a mil à hora. E eu continuo imóvel na cadeira.
As
palavras já deixaram apenas de ser confidentes. Já são muito mais que isso. Já
se tornaram minhas amigas. Pois as palavras compreendem melhor os meus
sentimentos e o meu coração do que as pessoas à minha volta.
Eu
tenho amigos à minha volta mas sinto-me completamente triste. Sinto a tua
falta, tu conseguiste alegrar a minha alma, o meu coração, como nunca ninguém
tinha feito. Tu viste-me quando eu estava invisível.
Dizem
para nós amarmos quem nos vê quando estamos invisíveis. Só que penso que não
vale a pena. Pois tu viste-me. Eu apaixonei-me e tu desapareceste, conseguiste
apagar o pouco do brilho que eu tinha na alma. Os meus sonhos ficaram apagados.
Desapareceu tudo à minha volta.
Eu
olho em volta e nada. De noite não consigo dormir, passo as noites todas acordado.
Depois de dia não tenho vontade para nada. Queria tanto conseguir ficar parado
no tempo. Deitado na minha cama. E ficar lá para sempre. E esperar que tu
apareças. Mas eu pergunto-me, “será que vai acontecer?” Como esta pergunta
tenho muitas mais na minha mente. E todas elas sem respostas.
Eu
gostava tanto de conseguir tirar tudo isto da minha cabeça, ou até mesmo
desapareceu por uns tempos. Eu preciso de paz na minha cabeça. Preciso de me
distrair. Mas neste momento não consigo distrair-me. É porque tu estás tão
presente, mesmo tão ausente. Em tudo o que faço no meu dia-a-dia, ou em quase tudo
eu vejo-te, sinto-te. Isso deixa-me saudades tuas, destroça-me o cérebro e
deixa o meu coração a chorar.
Cada
vez sinto-me mais fraco, sem forças para nada, nem para lutar. Não sei como é
que vai ser daqui para a frente, já que eu sinto-me fraco e completamente
bloqueado nesta cadeira.
Já
rezei tantas vezes a Deus e a toda gente. Mas nada. Devem estar chateados
comigo. Pois não me dão nem um sinal, deixam-me aqui abandonado, neste quarto
completamente sozinho.
Neste
momento da minha vida, a minha companhia são as palavras que escrevo aqui, as
lágrimas que estão no meu rosto e por último o pior de todos, ao qual já me
entreguei há bastantes anos atrás, pensava que já tinha conseguido sair. Mas
pelos vistos não. E essa minha companhia é a solidão. Ela acompanha-me, esteja
eu aonde estiver.
Por
hoje fico por aqui, tentando virar mais uma página da minha vida. “Será que
terei sucesso nisso?”…