Hoje vou falar do meu percurso como
escritor, nunca me considerei escritor porque quando estava na escola eu queria
ser professor de matemática. A verdade é que saí da escola com 18 anos, 12º ano
terminado no curso científico-natural e não segui para a universidade. Desisti
de ser professor de matemática.
Com os 18 anos comecei a trabalhar à
procura da minha independência e de um futuro melhor e deixei a escola para
trás, passado alguns anos arrependi-me mas já não conseguia voltar atrás os
erros foram muitos.
Com 24 anos criei o meu blogue http://solidaobyme.blogspot.pt porque
é que escolhi solidão? Porque foi assim que eu sempre me senti ao longo de
todos estes anos, sozinho no meio de uma multidão.
Não esperava que o meu blogue durasse
tanto tempo mas a verdade é que este ano já faz 5 anos que o tenho e sempre
escrevi nele, não da forma como desejaria porque por vezes sentia ou ainda
sinto o tempo a passar-me por entre os dedos.
Ter o blogue não era suficiente para me
considerar escritor, até porque eu ainda dava muitos erros, apenas foi a minha
iniciação a um mundo que eu não conhecia e uma forma de aprender algo novo e
evoluir. Após 3 anos de o ter criado publiquei o meu primeiro livro, “A Pureza
de um Verdadeiro Amor” e mesmo assim não me considerava autor.
Uma vez disseram que como eu já tinha um
livro publicado já era escritor mas eu não me via assim porque ainda tinha e
tenho muito para aprender e para mim os escritores eram os famosos, aqueles que
ouvíamos o nome na televisão, aqueles que dávamos na escola, que ganharam os
prémios Nobel e eu era apenas um Zé Ninguém, que nem na minha Terra-Natal me
conheciam… Como é que eu podia ser autor?
Depois de publicar o meu livro, ouvi
algumas críticas negativas, que ao fim de algum tempo magoaram-me, diziam-me
que estavam à espera de mais e eu ficava perplexo a observar, pois eu não era
nenhum Luís de Camões, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, entre muitos outros. Eu
era apenas um jovem iniciante que basicamente foi bombardeado ao invés de ser
apoiado.
No ano a seguir, perdi a vontade de
escrever, estava bloqueado. Pois mais uma vez não sentia a aceitação, a
compreensão por quem eu era, voltei a sentir a depressão a tomar conta de mim,
foram tempos complicados…
Mas com a ajuda da minha prima Vera e da
Dina (minha professora de yoga)
consegui ver-me de outra forma, consegui aumentar a minha auto-estima,
valorizar-me. Consegui sair da depressão, desbloquear os meus bloqueios e
seguir em frente. Voltei a ter vontade de escrever mais e mais, comecei a ler
mais e mais. Comecei a ter vontade de aprender mais, evoluir mais e superar-me
a cada texto.
Hoje estou em “competição” comigo
próprio mas de uma forma saudável. E hoje tenho um livro meu e três
participações em três antologias, “Templo de Palavras”, quatro livros
publicados pela Editorial Minerva, que é apenas a editora mais velha de
Portugal, com um nome forte no mercado.
E sim, hoje sei que sou um escritor e que
estou em constante evolução. E agora não vou desistir. Não sou nenhum Luís
de Camões, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, entre muitos outros mas sou o
Sérgio Faria, um novo autor.
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