sábado, 13 de maio de 2017

O coração que foi desenhado no céu.



Olhei os céus, as lágrimas preenchiam-me o rosto, pois as saudades de ti já não cabiam no meu coração. Deus ao ver-me assim chorou, a chuva caiu em cima de mim para me amparar e para eu sentir o abraço e o colo Dele.
Senti cada gota a bater em mim como um carinho dos anjos, ao senti-los em mim, senti-me. Limpei as lágrimas, a chuva continuava e eu estava estático a observar os céus, completamente encharcado mas não queria sair dali, aquele lugar era como uma ponte para chegar a ti, as minhas saudades eram apaziguadas, então permaneci.
No silêncio da chuva conversei com Deus, pedi-Lhe orientação, contei-Lhe tudo o que eu sinto por ti, todos os meus desejos e novamente as minhas lágrimas preencheram-me o rosto porque lembrar-me de ti, do teu sorriso, deixa-me nostálgico, há uma alegria tão grande em mim por te ver sorrir, talvez não entendas isso ou talvez não vejas mas o meu coração palpita tanto como se fosse saltar para o teu colo e aconchegar-se no teu peito.
Desejei que estivesses ali ao meu lado para me abraçares, encontrar paz no teu corpo, ter a tua mão na minha, levitarmos no colo dos anjos que nos amparam mas tu não estavas e isso deixava-me com tantas saudades tuas.
Baixei a cabeça, coloquei os meus olhos no chão e saí, fugi daquele local, escondi-me dentro de mim, sem saber o que fazer e dizer. Caí de joelhos no chão, as minhas mãos tocaram naquele piso encharcado e duro. Lá permaneci imóvel, como se fosse uma estátua mas com um coração cheio de emoções e um corpo que não sabe reagir a elas.
“Desapego, esquecer, desistir, medo, insegurança, entre outras palavras que assaltavam a minha mente…” Chorei.
“Alegria, coragem, confiança, fluir, acreditar, entre outras palavras ripostava o meu coração…” Sorri.
Sem entender muito bem o que acontecia à minha volta e estar completamente perdido, pois não vi para onde eu corri, apenas fugi para o mais longe que me era possível e que a minha respiração deixava, pois a minha resistência era mínima e o meu respirar ofegante. Aquele turbilhão de emoções, o racional a opor-se ao coração deixavam-me bastante confuso, perdido, desorientado.
Não sabia que voz ouvir, gentilmente pedi ao coração para parar, à mente para se calar, os dois juntos eram como um tornado e um terramoto ao mesmo tempo e no mesmo local, só fazem estragos por onde passam. Olhei os céus e novamente pedi conselhos a Deus e o resultado foi espantoso, um coração foi desenhado à minha frente e nele vi duas cabeças (penso que somos nós). Talvez mostrou-me que devo ouvir o meu coração, sentir as minhas emoções porque somos o que sentimos e não o que pensamos. Então sorri e quando vi aquele coração tu foste o meu primeiro pensamento, apenas queria partilhar contigo aquela imagem linda, que foi uma dádiva que veio dos céus para mim. E talvez uma nova esperança…
Naquele momento queria ter agarrado a tua mão, abraçar-te, sentir o calor do teu corpo colado ao meu, sentir a tua respiração no meu pescoço, beijar os teus lábios e assim ficar para sempre… Tu e eu de mãos dadas a ver aquele coração magnífico, a perfeição de Deus, que quer unir-nos e que o “destino” (se é que o posso chamar assim) parece que nos quer afastar, talvez seja a serpente que corrompeu Adão e Eva e que agora quer nos “corromper”.
 

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