Ele sentiu o seu mundo a ruir. A vida
virou-lhe as costas. Houve uma tempestade de lágrimas. Chorou tanto que as
lágrimas secaram.
Ele com um enorme esforço engoliu o
choro, mesmo doendo foi buscar forças e esboçou um sorriso. Para si próprio
disse: “Tu és
um guerreiro e eu amo-te.” Repetiu infinitamente esta frase e
continuou em frente. Apesar de ter o sorriso no rosto, os olhos que são a porta
para a alma, reflectiam uma tristeza profunda.
A desilusão que sente, a dor que tem no
coração, ele não a consegue desligar. Não é bem dor que ele sente é mais
frustração, frustração por não conseguir, por errar sempre no mesmo sítio, onde
já devia ter aprendido a não cometer o mesmo erro.
Mas frustração porquê? Se é um
guerreiro, se já conquistou muita coisa, isto devia ser o mais importante. Ele sem nada levantou-se e conquistou o que
muitos não conseguiram, o que muitos ainda não conseguiram.
De sorriso no rosto e com uma tristeza
profunda, ele continua de pé, apesar de dizer a si próprio que quer desistir.
Ele sente que está na hora de partir mas
não sabe para aonde e nem como… A única coisa que sabe é que tem de abrir os
olhos e auto ajudar-se. Ele tem que se libertar de tudo, tem que abraçar a vida
e permitir-se viver. Ser o dono da sua própria vida. Exibir o amor que sente
por si próprio, aprender que isso não é egoísmo mas sim amor-próprio.
Ele deu o pouco que tinha e ficou sem
nada e novamente do zero vai começar. Levantou-se da cama, dirigiu-se ao
espelho e num sussurro disse a si mesmo: “Hoje tu vais te erguer, vais calar essa tristeza e vais
lutar por ti, observa tudo o que já conseguiste. Apaga essas lágrimas com a
borracha, agarra o lápis e escreve a tua vida. E tu és a personagem principal
da tua história. Não percas mais tempo, trata de ser feliz.”
E assim ele seguiu em frente, sem olhar
para trás.
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