sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Alma perdida



Foi ontem ao fim da tarde em Lisboa, senti o meu olhar a fugir quando te vi, a mente voava, a minha alma fugiu e o coração batia muito rápido como se eu tivesse andando a correr muito e estivesse cansado. Eu todo tremia da cabeça aos pés.
Quando o teu olhar me tocou, senti-me todo paralisado não sabia como reagir… Acho que eu naquele momento era um corpo vazio, tudo em mim fugiu para bem longe de Lisboa. Ficou o corpo imóvel naquele terraço a ser tocado pela leve brisa que corria.
Acho que a minha sorte é eu me ter tornado invisível, pois acho que no meio de tantas pessoas ninguém reparou em mim.
Eu queria ter-me levantado do banco para ir falar contigo mas as minhas pernas não me obedeciam. A minha mente também não me queria obedecer. Eu fiquei completamente congelado…
Lá a noite se pôs e depois de ter desistido, abandonei o edifício mas qualquer coisa mais forte que eu, fez-me voltar para trás e beber uma água para me acalmar (penso que naquela altura a força mais forte que eu senti, foi a força das minhas orações a Deus e a todos que estão lá em cima ao lado Dele).
Depois de beber a água lá tive coragem de ir ter contigo… Antes de abrir a boca paralisei… A minha mente trai-me, os meus nervos tomam conta de mim e passado uns segundos lá consegui chamar-te e falar… Depois da nossa conversa senti-me tão mal. A minha alma ficou negra mas mesmo negra, se eu naquele momento tivesse um buraco à minha frente eu tinha-me enfiado por ele a dentro. Também penso que ninguém reparou em mim, pois a tua beleza e a tua presença era bastante maior que a minha.
Saí de Lisboa com uma enorme dor de cabeça, sentia-me perdido numa terra que eu adoro. Fiz muita força para controlar as lágrimas mas de vez em quando lá caía uma. Depois de algumas horas de ter chegado à minha terra é que consegui ir para casa.
Lá deitei-me na cama para tentar descansar. Mas a verdade é que a única coisa que voltou foi mesmo um corpo vazio… Porque o meu espírito fugiu, anda por aí a vaguear sem me dar uma palavra.
Adormeço e quando acordo todos os meus sonhos tinham desaparecido. Abro os estores e o dia está todo enublado tal como eu estou… E o meu espírito continua desaparecido e com ele levou tudo o que eu tinha dentro de mim…

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